Água parada apodrece. Exala mau cheiro que espanta os próximos e deixa os distantes de sobreaviso. Só o movimento a mantém viva. O mesmo ocorre com a língua. Frases mornas e tediosas afugentam o leitor e o ouvinte. Ele larga o livro, a revista ou o jornal. Desliga a tevê ou o rádio. Corre da internet. Em suma: é a receita do cruz-credo.
A saída? Mexa-se. Seja dinâmico. Vá logo ao ponto. Abuse de verbos e substantivos. Prefira a voz ativa. Fuja de adjetivos e advérbios. Evite palavras longas e pomposas. Opine. Não ache. Em bom português: recorra às regras de ouro do estilo: menor é melhor, menos é mais, variar pra agradar. Posts anteriores deram dicas pra chegar lá. Continuemos. Variar pra agradar (5)
“Repetir palavras rouba pontos”, ensinam os professores. A moçada não está nem aí. Insiste na esparrela. A alternativa dos mestres é uma só. Impossibilitados de avançar, permanecem nos passos iniciais da variedade do estilo. Resultado: os mesmeiros deitam e rolam. Espertos, fazem de conta que não entram no time das repetições. Mas entram. São frases e parágrafos que se iniciam com estruturas iguais. Que sono. Veja:
A avaliação constitui passo importante no processo da aprendizagem. Os testes permitem considerar acertos e erros na caminhada de crianças e jovens em direção à liberdade, além de oferecer base para a correção de rumos. O Brasil descobriu tardiamente as vantagens do julgamento objetivo de resultados. O MEC, só na década de 90, tomou medidas concretas aptas a orientar políticas na área da educação.
Viu? O parágrafo tem quatro períodos. Todos começam do mesmo jeitinho — substantivo acompanhado de artigo. A repetição o torna monótono. Sonolento, o pobre leitor boceja. Esforça-se pra se manter acordado. Sem sucesso, opta por uma destas saídas: cai nos braços de Morfeu ou parte pra outra. Vamos segurá-lo?
A avaliação constitui passo importante no processo da aprendizagem. De um lado, permite considerar acertos e erros na caminhada de crianças e jovens em direção à liberdade. De outro, oferece base para a correção de rumos. O Brasil descobriu tardiamente as vantagens do julgamento objetivo de resultados. Só na década de 90 o MEC tomou medidas concretas aptas a orientar políticas na área da educação.
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