Círculo 3: Redação
Imagine: Tite forma um time com os melhores jogadores do mundo. Todos do nível de Cristiano Ronaldo, Messi, Neymar. Confiante no talento individual, põe a equipe em campo antes de definir a posição e a movimentação de cada um. Resultado: os atletas não formam conjunto. Correm sem rumo, chutam a esmo, estranham a bola. São 11 Pelés transformados em 11 patetas.
Com a dissertação ocorre o mesmo. Belas ideias, belas palavras e belas frases não resultam necessariamente em bom texto. Para chegar à unidade de composição, elas precisam se articular — entrosar-se com clareza, harmonia e coerência. Estruture sua redação. Comece pelo rascunho (há uma folha destinada a ele). Depois, passe a limpo. Por fim, avalie o resultado.
Rascunho
Feito o planejamento, é hora de escrever. Mãos à obra:
2. A dissertação tem três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Ou, se preferir, começo, meio e fim.
2.1. Introdução: apresenta a tese. Diz ao leitor o que você vai dizer.
2.2. Desenvolvimento: sustenta a tese. Apresenta os argumentos para convencer os incrédulos de que você tem razão.
2.3. Conclusão: confirma a tese e encerra o assunto. Apresenta a proposta de sugestão.
LEMBRETES
Texto final
Por que votar
Sobram desculpas para não votar. Há os que falam em desencanto. Estão cansados de mensalões, Lava-Jatos & cia. Há os que não creem em mudanças. As eleições renovam as caras, mas conservam o ranço. Há, por fim, os que se olham. Inertes, descobrem a própria preguiça. Preguiça de se informar. Preguiça de participar. Preguiça de decidir. Então, omitem-se. Demitem-se da cidadania.
Renunciar ao voto significa abster-se de mudar as coisas. Sacramentar os donos do poder. Fazer o jogo dos políticos que se apegam ao poder como chiclete em cabelo crespo. Aí, valem as palavras de Leonardo Boff: “Até que se invente outro sistema, é o voto que decide desde o preço e a qualidade do pão da padaria até o direito de tornar sonhos realidade”. Ou as de Toynbee: “Quem não se interessa pela política condena-se a ser governado pelos que se interessam”.
Por isso, não vale fugir. Impõe-se votar. Votar para que um candidato ganhe. Votar para que outro perca. Na falta de simpatia por este ou aquele favorito, votar num azarão para expressar a vontade. Nada de recorrer ao velho argumento contra a classe política. Ela nada mais é que o reflexo da sociedade. Basta dar uma olhadinha na lista de parlamentares. Na gama de postulantes, há oferta pra todos os gostos. Existem os limpos, os sujos e os nem tanto. O eleitor tem de escolher um que lhe mereça a confiança. Ou, pelo menos, o benefício da dúvida.
Cabe ao Tribunal Superior Eleitoral estimular a ida às urnas. Jornais, rádios, tevês, Igreja, escola e clubes sociais desempenham papel importante. Todos têm de martelar mensagens motivadoras. Exemplos: Quem escolhe se compromete. Fiscaliza. Lembra em quem votou. Pode avaliar-lhe o trabalho a ponto de reelegê-lo ou descartá-lo. Quem se omite abdica do direito de reclamar. E omissão tem sempre um preço. Quem paga a conta? Eu, você, ele, nossos filhos e netos. A prestação dura quatro anos. Com possibilidade de mais quatro.
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