O que a banca examinadora leva em conta na hora da correção? São cinco critérios — ordens que devem ser seguidas tim-tim por tim-tim. Ignorá-los rouba pontos e pode, até, levar à anulação da prova. Valha-nos, Deus! Vigiar e orar é a regra. Vamos a eles?
1. Domínio da língua: escreva a norma culta. Não significa palavras difíceis nem frases complicadas. Grafe as palavras como manda o dicionário. Nada de brincadeirinhas que a gente faz na internet. Respeite a concordância, a regência, a pontuação, as flexões de verbos e nomes, o emprego e a colocação de pronomes — do jeitinho que você aprendeu na escola, aplicou nas provas e exercícios, lê em jornais, revistas e livros. Nada de mais.
2. Compreensão do tema: entenda a ordem. Se o enunciado for “por que descriminar a maconha”, fale dos porquês (uso medicinal, redução do tráfico, diminuição da violência, maior controle). Não enrole. Rondar o tema sem chegar ao núcleo pode anular a prova. Se você, por exemplo, dissertar sobre os riscos da maconha para a saúde, fugirá do tema. Adeus!
3. Seleção e organização dos argumentos: o Enem exige dissertação. Quem disserta defende um ponto de vista. Faça um plano. Busque ideias, citações, exemplos pra sustentar sua tese. Não dê chance ao azar. Se você apresentar poema, conto ou crônica, já era.
4. Coesão: palavras, orações, períodos, parágrafos não ficam soltos no texto. Uns conversam com os outros. A língua oferece recursos pra ligá-los. Às vezes, a sequência das ideias dá conta da coesão. Outras vezes, preposições, conjunções, pronomes, partículas de transição fazem o texto parecer uma equipe, não um monte de jogadores soltos, perdidões. Compare estes enunciados:
Os meninos foram ao hospital visitar o amigo. O supermercado estava lotado.
O que uma frase tem a ver com a outra? Nada. Quem escreveu os períodos sonegou informações. Vamos devolvê-las. Com elas, os enunciados ganham coesão:
Os meninos foram ao hospital visitar o amigo. Pararam no caminho para comprar frutas. Mas desistiram. O supermercado estava lotado.
5. Proposta de solução: o texto deve ser escrito na 3ª pessoa. Não dê a vez ao pronome eu. E, no final, proponha uma intervenção social pra resolver o problema. Seja abrangente. Convoque o governo, o Congresso, o Judiciário, a escola, a família, a Igreja, ONGs para atingir o objetivo.
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