Um pé lá, outro cá Qual é a do verbo explodir? Ele joga no time dos que trabalham em tempo integral? Ou parcial? Em bom português: o trissílabo se conjuga em todas formas? Ou só em algumas? A dúvida se explica. O barulhento vive período de transição. Houve tempo em que só pertencia à equipe dos defectivos. Conjugava-se nas formas em que o e ou o i seguiam o d (explode, explodimos, explodirá). Mas, como tudo muda, ele ensaia tornar-se regular. Quer se flexionar em todas as pessoas, tempos e modos. Assim: eu explodo, ele explode; eu explodi, ele explodiu; que eu exploda, ele exploda. E por aí vai. Superdica: Seja prudente. Em avaliações, jogue no time conservador. Considere explodir pra lá de preguiçoso. Explosão raivosa S, x ou z? Todos reclamam. Esperneiam. Explodem de raiva. Com razão. As três letras podem soar do mesmo jeitinho. É o caso de casa, exame e certeza. Nós acertamos a grafia por uma razão simples: fotografamos com os olhos a forma correta. Ela fica gravada. Mas, às vezes, a dúvida bate. Como safar-se? A saída é pedir ajuda ao dicionário. Na falta do paizão, algumas regras dão alívio. Uma delas: substantivos derivados de verbos terminados em -dir escrevem-se com s: explodir (explosão), implodir (implosão), confundir (confusão), dividir (divisão), contundir (contusão), evadir (evasão), invadir (invasão), aderir (adesão), fundir (fusão), difundir (difusão). Xô, atraso! Pernas, pra que te quero? “Pra correr”, respondem os maratonistas. Eles correm atrás de medalhas. Ou atrás das primeiras classificações. Ou, simplesmente, atrás do prazer de participar da competição. A gente corre atrás de recompensas que massageiam o ego. Mas há quem corra atrás do prejuízo. Pode? Há gosto pra tudo. Convenhamos: melhor correr atrás do lucro, não? Por falar em prejuízo… Prejuízo tem acento porque o i preenche quatro condições. Uma: é antecedido de vogal. Outra: forma sílaba sozinho ou com s. Mais uma: é tônico. A última: não é seguido de nh: sa-í-da, ca-í, e-go-ís-ta, al-tru-ís-ta. Mas: rainha, bainha, campainha. Na quebra de ditongo, o u joga no time do i. Invejoso, pede acento nas mesmas condições: ba-ú, ba-ús, Gra-ja-ú, sa-ú-de, a-ta-ú-de. Quebra-cabeça Quer ganhar um bombom Godiva? Então diga por que des-tru-i-ção não tem acento. Antes de responder, leia as quatro condições impostas para a quebra de ditongo. Sem confusão Olho vivo, moçada. Confundir é proibido. O u e o i pedem acento quando quebram ditongo. Não é o caso de a-qui, a-li, a-ba-ca-xi, par-ti, di-vi-di, ca-ju, u-ru-bu, bam-bu, ma-ra-ca-tu. É ditongo sim, senhor O bolso é a parte mais sensível do corpo? Vá lá. Mas ele disputa o pódio com o ouvido. Evite otites. Gratuito, fortuito e circuito mantêm o ditongo. O ui não se separa: gra-tui-to, for-tui-to, cir-cui-to. Leitor pergunta Gostaria de saber se há pleonasmo no lema do governo federal: “Brasil, país rico é país sem pobreza”. Pedro Jhemyson, lugar incerto Há países ricos com povo pobre. O Brasil serve de exemplo. Na ditadura, os militares diziam que precisavam deixar o bolo crescer para então incluir a população. O Tesouro nadava em riqueza. Mas boa parte dos brasileiros afundava na miséria. Dilma joga no time contrário. Afirma que um país só é rico se o povo também for. Inspira-se talvez na Dinamarca, Suécia, Noruega. Chegará lá?
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