Por falar em entretenimento… Entretenimento tem família. Um dos seus membros é entreter. Derivado de ter, o verbo se conjuga do mesmo jeitinho: tenho (entretenho), tem (entretém), temos (entretemos), têm (entretêm); tive (entretive), teve (entreteve), tivemos (entretivemos), tiveram (entretiveram); que eu tenha (entretenha); se eu tiver (entretiver); se eu tivesse (entretivesse); tendo (entretendo); tido (entretido). Sem privilégios Laura, secretária de escola, se preocupa com a grafia do nome das crianças. Observa acentos, esses, zês, jotas, zês, letras dobradas. “As certidões”, diz ela, “trazem o nome em letra maiúscula. Nem sempre devidamente acentuados. O que devo fazer?” Em português, as maiúsculas não gozam de privilégios. Têm o mesmo tratamento das minúsculas. Devem ser acentuadas quando necessário (Ásia, Índia). Pressupõe-se que os cartórios saibam disso. Mas, se na certidão não aparecer o acento, respeite o registro. É lei. Leitor pergunta A coluna de quarta-feira tratou dos porquês. Li-a e reli-a. Aprendi. Mas uma pulga se instalou atrás da minha orelha: qual a diferença entre a conjunção causal e a explicativa? Orlando Gonzalez, Rio de Janeiro A dúvida não é só sua, Orlando. Meio mundo acha difícil identificar uma e outra. Quer uma dica? Guarde isto: 1. A explicativa vem depois de ordem, pedido ou súplica. Dá-se a ordem, pede-se algo. Em seguida se explica a razão: Maria, fecha as janelas, porque está ventando. Deus, atenda as minhas preces, porque estou desesperada. Por favor, leia o texto, porque tenho dúvidas a sanar. 2. A causal, como o nome diz, apresenta um fato e lhe explica a razão: A rua ficou alagada porque as bocas de lobo estão entupidas. “Eu canto porque o instante existe”, escreveu Cecília Meireles. Saí mais cedo porque tinha outro compromisso. Dica: a explicativa vem sempre separada por vírgula. A causal dispensa a bengalinha. *** Duas frases motivaram discussão entre mim e minha colega. Pode nos ajudar? Getúlio, lugar incerto Eu estou à 20m da escola. A crase está certa? Não. Metro é nome masculino. Como o acentinho grave indica a fusão da preposição a com o artigo a (feminino), o à não tem vez antes de machinhos. Eles recebem a companhia do o. Queria ter nascido há 20 anos. O verbo haver merece nota 10?
Merece. O haver indica contagem de tempo passado. É o caso. .
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