Paulo José Cunha é professor da UnB. Lida com futuros jornalistas. Não é fácil. A moçada tem um ego desssssssssssssste tamanho. Dizem que o médico pensa que é Deus. O jornalista não pensa. Tem certeza. Velho profissional, o mestre não desanima. Recorre até à velha receita de Leonel Brizola. “Contra o diabo”, jurava o gaúcho sabido, “vale convocar todos os demônios.” Um deles é este texto distribuído aos discípulos. O recado vale pra nós. E como!
“Comunicar é fácil: eu falo, você ouve e entende. Eu escrevo, você lê e entende. Eu fotografo, você vê e entende. Eu filmo, você assiste e entende. Percebam que não escrevi apenas `Eu escrevo e você lê´, ou `Eu falo e você escuta´. Há que entender, pois a comunicação se realiza no receptor, não no emissor. Por isso dá vontade de rir quando a gente ouve um coleguinha que faz assessoria de imprensa dizer todo orgulhoso:
— Ontem quase morri de trabalhar. Produzi e distribuí oito releases enormes, cheios de gráficos e estatísticas complicadíssimas.
— Saiu alguma coisa nos jornais de hoje?
— Não. Mas minha obrigação era escrever e mandar. Se eles vão entender e publicar, aí é outra coisa…
Quá, quá, quá! Trabalhou para a `cesta seção´ (a cesta do lixo). Acreditem: quem não simplifica se trumbica.”
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
Porcentagem joga no time dos partitivos como grupo, parte, a maior parte. Aí, a concordância…
O nome do mês tem origem pra lá de especial. O pai dele é nada…
Terremoto tem duas partes. Uma: terra. A outra: moto. As quatro letras querem dizer movimento.…
As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as outras. A questão ficou tão banalizada que…
Nome de tribos indígenas não tem pedigree. Escreve-se com inicial minúscula (os tupis, os guaranis,…