Antonio Ribeiro de Almeida escreveu: “Sugiro que você dedique uma parte da coluna para comentar como as crianças constroem as frases. Minha neta, por exemplo, estava na sala quando alguém soltou um pum. Ela logo reagiu com a frase: `Quem fazeu esse pum?´ A garotinha tem dois anos e meio e o `fazeu´ deve ter vindo de outras palavras que ela ouve em que a terminação eu aparece. É isso mesmo?”
Vovô, as crianças são simples e lógicas. As línguas não. Ora, sua neta ouve comeu, bebeu, lambeu, escondeu. O passado de fazer, na cabecinha dela, não poderia ser outro. É fazeu. Possivelmente, ao lhe perguntar se ela deu a bala ao coleguinha, ela responderá “di”, como parti, comi, escondi. Quando pequeno, meu filho reclamava que ficava “confusado” com a história. Certo? Certíssimo. Confusado é regular como amado, cantado, jogado. As exceções só entram na cabeça da meninada mais tarde. Naturalmente. Sem pressão. Enquanto der, vamos curtir o fazeu, o di, o confusado & cia. divertida.
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