“É o Congresso quem vai dar a palavra final”, disse o deputado a respeito da reforma da Previdência. “Foi o Ministério da Fazenda quem recebeu a atribuição”, afirmou o ministro. “É a UnB quem divulga o número de vagas a cada semestre”, informou o secretário. Viu? As três frases têm um denominador comum. Tropeçam no pronome quem. Esquecem-se de que o quem é pra lá de elitista. Adora gente. E só gente. Sempre que aparece, fala de pessoas: Quem chegou? Não sei quem chegou. Foi Maria quem chegou?
Simples, não? Mas o mundo é cheio de descuidados. Com frequência, as pessoas agridem o quem. Uma das violências contra o pobrezinho é empregá-lo em frases como as citadas.
Guarde isto
Entidades não são pessoas. Por isso construções como essas pegam mal como bater em mulher, arrotar à mesa, dirigir sem cinto de segurança. A boa forma recorre ao pronome que:
É o Congresso que vai dar a palavra final.
Foi o Ministério da Fazenda que recebeu a atribuição.
É a UnB que divulga o número de vagas a cada semestre.
Mais
Há outra violência muito comum. Volta e meia o quem aparece em textos acompanhado da preposição a. Disfarçado. Como quem não quer nada:
O Senado Federal, a quem compete autorizar empréstimos externos, é composto de 81membros.
Cruz credo! Benza-nos Deus. O Senado Federal não é pessoa. O quem fica longe dele. Xô! Vem, o qual:
O Senado Federal, ao qual compete autorizar empréstimos externos, é composto de 81membros.
Lembre-se
O pronome quem só gosta de gente.
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