Os brasilienses dizem que têm o céu mais bonito do mundo. Os nova-iorquinos são mais modestos. Afirmam que, em cinco dias, têm o pôr do sol mais bacana de Europa, França e Bahia. Entre 26 e 30 de maio, bola de fogo se vislumbra entre edifícios e… deslumbra. Ao divulgar o fato, o repórter vacilou na hora do plural. Como é mesmo? É assim: pores do sol.
Por falar nisso…
Pôr do sol ensina ensina duas lições. Ambas remetem à reforma ortográfica:
1. Pôr e pôde (passado do verbo poder) são as únicas palavras que conservam o acento diferencial. As demais ficaram livres e soltas — sem lenço, sem documento, sem agudos e sem circunflexos: Ontem ele não pôde pôr os livros na estante. Hoje pode.
2. Compostos com mais de duas palavras (ligadas por conjunção, preposição, pronome) perderam o hífen: pôr do sol, pé de moleque, tomara que caia, bicho de sete cabeças, maria vai com as outras e por aí vai.
A regra tem duas exceções. Uma: não abrange vocábulos pertencentes aos reinos animal e vegetal (joão-de-barro, cana-de-açúcar, castanha-do-brasil, castanha-do-pará). A outra: manteve o tracinho em pé-de-meia, água-de-colônia, cor-de-rosa.
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