Sabia? Na língua existem verbos-ônibus. Eles funcionam como transporte coletivo. Cabem em 42 contextos e um pouco mais. Imprecisos, causam má impressão. Denunciam o redator preguiçoso ou pobre de vocabulário. Fazer é um deles. Ultimamente ganhou novo assento. É o tal de fazer aula disto e daquilo. Ou fazer um câncer, uma tuberculose, um aneurisma. Cruz-credo! É possível substituí-lo por outros mais precisos. Com um cuidado: sem pedantismo, afetação ou rebuscamento.
Exemplos não faltam. Fazer uma carta? É escrever ou redigir a carta. Fazer um discurso? É proferir o discurso. Fazer uma fossa? É cavar a fossa. Fazer uma estátua de mármore? É esculpir a estátua de mármore. Fazer o trajeto de carro? Melhor percorrer o trajeto. Fazer direito é cursar direito.
Fazer não substitui cometer, praticar, ter. Fazer erros? É cometer erros. Fazer faltas? É cometer faltas. Fazer aulas? É ter aulas, assistir a aulas. Fazer uma música? É compor ou tocar uma música. Fazer mortes? É causar mortes, provocar mortes.
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