Procura-se
Dad Squarisi
Cadê a crase? Cadê a vírgula? As perguntas se espalham como fogo morro acima e água morro abaixo. Cadê? Cadê? Cadê? A gramática busca a resposta desesperada. A razão: depois do programa eleitoral, o grampinho e a bengala correm risco de desaparecer. Trata-se da velha lei do uso e desuso.
Da mesma forma que partes do corpo, sinais linguísticos podem dar adeus à vida. Vale o exemplo do rabo. Quando quadrúpedes, os humanos exibiam o acessório como o gato, o cachorro, o cavalo. A evolução tornou-o inútil. O rabicho pôs o rabinho entre as pernas, bateu asas e voou.
Eis o perigo. “A candidatura de Roriz continua rumo a vitória”, diz a legenda na tela. “A mostra está nas obras – das grandes as mais simples”, continua. Sem o acento, a crase fica desamparada e o sentido torto. A vírgula tem sorte igual. “A história começa com o carinho da mãe Alaíde e do pai Agnelo”. Ops! Olha a vingança. Sem o sinal, o texto faz denúncia grave. Diz que Agnelo tem mais de uma mãe e mais de um pai. Pode? Pode. É a vingança da língua.
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