Hermes nasceu sabido. No primeiro dia de vida, pregou uma peça no irmão Apolo. O pequeno ficou atento. Quando o outro se distraiu, ele roubou o rebanho que Apolo guardava. Ao descobrir o ladrãozinho, o deus da beleza levou um baita susto.
Foi lá. O recém-nascido lhe estendeu uma lira que tinha acabado de fabricar com casco de tartaruga e tripas de boi. Ele inventou muitas outras coisas: o alfabeto, a música, a astronomia.
Zeus, ao ver o talento do garoto, convidou-o para ser seu mensageiro. Com asas nos pés e na cabeça, ele virou elo. Levava os recados divinos para os homens e os dos homens para Zeus.
Com isso, conheceu muitos segredos. Guardava-os tão bem que ninguém os descobria. Por isso se diz que alguma coisa está hermeticamente fechada.
A preposição também serve de elo. Liga um termo a outro, ambos aparentemente independentes que foram um terceiro significado. O primeiro se chama antecedente. O segundo, consequente.
É o caso de anel e ouro. Um não tem nada a ver com o outro. Mas, com a preposição, se conectam dando novo sentido à duplinha antes livre e solta – anel de outro.
Mais exemplos? Pois não:
ANTECEDENTE PREPOSIÇÃO CONSEQUENTE
Vou a Brasília.
Chegamos a tempo.
Saíram para o recreio.
Esteve com Maria.
Em bom português: preposição é a liga entre dois termos como Hermes é a liga entre deuses e homens.
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