Dad Squarisi // dad.squarisi@@correioweb.com.br
A Bienal do Livro de São Paulo chega à 20ª edição com números que a põem em segundo lugar no ranking mundial. Em tamanho, só perde para a de Frankfurt. São 210 mil títulos expostos, 2,2 milhões de exemplares distribuídos pelo Anhembi e a expectativa de 800 mil visitantes. As cifras podem sugerir aos desavisados que os brasileiros tomam café, almoçam e jantam livros. Os discursos também.
O livro, aliás, é uma das poucas unanimidades nacionais. Governo, professores, advogados, estudantes, políticos, comerciários, bancários, empresários e outros ários só têm elogios às obras que povoam livrarias, bibliotecas, feiras e bienais. Clamam aos quatro ventos as vantagens de debruçar-se sobre elas por dever ou prazer. Apesar do aplauso geral, porém, lê-se pouco. No país de 180 milhões de habitantes, boa parte das edições não passa dos 2 mil exemplares.
O Brasil não é país de leitores. Comprovar o fato dispensa estatísticas. Basta olhar em torno. Diferentemente de nações leitoras, em que o livro acompanha os passageiros em metrôs, ônibus ou aviões, aqui constitui espetáculo raro ver adulto ou criança investir o tempo da locomoção em leitura. Nas praças, nos clubes, nas salas de espera, a cena se repete. Talvez por falta de pressão do público, o ambiente contribui para a falta de hábito. Locais escuros e barulhentos não convidam ao convívio com as letras. Até os hotéis conspiram contra. As luzes de cabeceira, fracas, desestimulam a aventura.
Conclusão: precisa-se de leitores. Eles não se formam pela imposição, mas pela opção. A oferta de bienais e feiras deveria fazer parte do dia-a-dia sobretudo das crianças. Elas têm de usufruir o direito de escolher o texto, pular página, não terminar a leitura, ler uma frase aqui e outra ali, ler em voz alta, reler, não ler. Poucos meninos e meninas têm abundância de obras em casa. Sem escolha, refugiam-se na televisão. É pena. A tevê é uma opção a mais de informação e lazer. Não deve substituir a leitura. Mas conviver com ela.
(Artigo publicado no Correio Braziliense)
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