Internet, cinema, música, televisão — tudo contribui para o brasileiro ganhar intimidade com o inglês. Nada mal. O inglês é a língua internacional falada pela maior potência do planeta. Em qualquer lugar do mundo, alguém fala o idioma de Shakespeare.
O problema é a contaminação. Sem domínio do português, tradutores caem no portinglês. Ficam com um pé lá e outro cá. Usam palavras que existem na nossa língua, mas com sentido diferente da acepção inglesa. Valem dois exemplos.
Livros de boa forma recomendam dieta balanceada. De onde vem o adjetivo? De balanced diet. Balanceada é tradução ingênua, dizem as professoras Maria Helena Ortiz e Maria Otília Bocchini. Melhor ser sabido. Dieta equilibrada é a forma.
De uns tempos pra cá, atrativo ganhou espaços generosos em textos jornalísticos e publicitários. O adjetivo faz as vezes da gringa attractive. Do time dos ETs, invade as fronteiras de atraente. Na língua nossa de todos os dias, a roupa é atraente (não atrativa). A modelo também. A decoração idem.
Moral da história: há tradutores que, em vez de inglês, precisam um pouco mais de português.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
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