Porque

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O porquê dos porquês
Por que, por quê, porque, porquê. São quatro caras e confusão geral. Estudantes, jornalistas, advogados, todos hesitam na hora de escrever uma ou outra forma. Muitos chutam. Mas, como a língua não é loteria, a Lei de Murphy entra em vigor. Se pode dar errado, dá. Você joga no time dos que apostam na sorte? Faça o teste. Preencha os espaços com uma das quatro feições do camaleão:
Não sei ………… tanta gente tropeça nos ……………Professores explicam …………… a palavra provoca tantos …………… Apresentam macetes capazes de facilitar a vida dos que perguntam: “…………será? Será …………?” Por mais que se empenhem, porém, não conseguem convencer. Não sei …………..
No fundo, não há ………….. temer os ……….. Quem domina o assunto sabe ………..
Ops! Um tropeço e lá se vai a vaga na universidade, a promoção no trabalho, a chance do bom emprego. Melhor não correr riscos. Afinal, desvendar o segredo da duplinha é fácil como tirar chupeta de bebê.

Por que
Por que, separado e sem acento, tem dois empregos:
1. nas perguntas: Por que a leitura facilita a redação? Por que se lê tão pouco no Brasil? Por que há poucas livrarias em nosso pais?
2. nos enunciados em que é substituível por “a razão pela qual”: É bom saber por que (a razão pela qual) a leitura facilita a redação. Explique por que (a razão pela qual) se lê tão pouco no Brasil. Eis por que (a razão pela qual) há poucas livrarias no país — há poucos leitores.

Por quê
O separado com circunflexo só tem vez quando o quezinho for a última – a última mesmo – palavra da frase. Sabe por quê? Ele é átono. No fim do enunciado, torna-se tônico. O acento lhe dá a força: A leitura facilita a redação por quê? Lê-se tão pouco no Brasil por quê? Há poucas livrarias em nosso país e todos sabem por quê (a razão pela qual há poucas livrarias).

Porque
Juntinho como unha e carne, a dissílaba é conjunção causal ou explicativa: Os professores estimulam a leitura porque bons textos enriquecem o vocabulário. Há poucas livrarias no Brasil porque há poucos leitores. Leio muito porque quero escrever melhor.

Porquê
O porquê assim, com chapéu, deixa de ser conjunção. Torna-se substantivo. Para mudar de classe, precisa da companhia do artigo ou de pronome: Explicou o porquê da importância da leitura. Certos porquês quebram a cabeça da gente. Não sei responder a este porquê.

Eis o porquê dos porquês
Acertou o teste? Confira:
Não sei por que tanta gente tropeça nos porquês. Professores explicam por que a palavra provoca tantos porquês. Apresentam macetes capazes de facilitar a vida dos que perguntam: “Por que será? Será por quê?” Por mais que se empenhem, porém, não conseguem convencer. Não sei por quê.
No fundo, não há por que temer os porquês. Quem domina o assunto sabe por quê.


Masculinidade em xeque
Centenas de fãs assediavam o bonitão. Queriam um olhar, uma palavra, um toque. Ele, sedutor, não poupava esforços. Falava com uma, sorria pra outra, jogava beijinhos pra todas. A mais ousada comprou flores. Chegou-se a ele e, com malícia, entregou-lhe o buquê. O charmoso agradeceu:
— Muito obrigada, queridas amigas.

Dad Squarisi

Publicado por
Dad Squarisi

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