Um dos melhores programas da tevê? É o GloboNews Painel. Três especialistas debatem o assunto do momento. O entrevistador, William Waack, conduz a discussão com habilidade, conhecimento e firmeza. Mas, no final, tropeça. Invariavelmente diz:
— Agradecemos as participações de fulano, fulano e fulano.
Eis a armadilha na qual muitos caaaaaaaaaaaaaaaaaaaaem. Ela dá as caras quando uma propriedade se refere a mais de um termo da oração. Na frase de William Waack, o número não varia. Por quê? Há a participação de cada uma das três pessoas.
Confuso? Outros exemplos ajudam a entender o sofisticado conceito. Um deles é do mestre de cerimônias. Corpo ereto e voz empostada, ele anuncia “as presenças” de personalidades presentes ao evento. Nada feito. Cada pessoa tem uma presença. O jornal informa: “O Real Madrid confirmou as contratações de Kaká e Cristiano Ronaldo”. Xô, plural. Houve a contratação dos dois jogadores. Em bom português: contratou-se cada um dos atletas.
A coisa não para aí. Quer ver? A universidade divulgou o nome dos aprovados (não: os nomes). A polícia investiga a identidade dos assaltantes (não: identidades). Chamou a atenção a ausência do presidente e do vice (não: ausências). Dunga confirmou a escalação de Robinho, Ramires e Kaká (não: escalações). Cerca de 40 mil pessoas vão perder o emprego com a proibição de importar pneus usados (não: empregos).
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