“Uma funcionária recebeu Ana Keyla e pediu à imprensa para não procurar a esposa do médium”, escreveu o Correio Braziliense. Os leitores estranharam a notícia. A razão: o repórter tropeçou na regência do verbo pedir. Queria dizer uma coisa, disse outra. A chave está no pedir que e pedir para. As duas construções parecem irmãzinhas. Mas não são. Quilômetros de distância as separam.
Pedir para esconde a palavra licença: O filho pediu ao pai (licença) para pegar o carro. O aluno pediu (licença) para sair mais cedo.
Não é pedir licença? Fique com pedir que: O chefe pede aos empregados que aguentem o arrocho salarial. O empregado pediu ao chefe que não lhe desse só aumento de trabalho. Mas um aumentinho de salário. Uma funcionária recebeu Ana Keyla e pediu à imprensa que não procurasse a esposa do médium.
Atenção à regência
Pedir se constrói com objeto direto de coisa pedida e indireto de pessoa: Pediu o livro (obj. direto) ao professor (obj. indireto). O diretor pediu-lhe (obj.indireto) que saísse (obj. direto).
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