Paralelismo não se observa só em enumerações. Ele pede passagem também em termos da oração. Se, por exemplo, um verbo pede dois objetos diretos, eles devem ter a mesma construção sintática. Misturar estruturas é pisar o paralelismo. Assim: Ele negou interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas.
Ele negou dois fatos:
a) interesse no projeto e
b) que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas.
Os dois fatos, por serem objetos diretos do mesmo verbo (negou), deveriam ter a mesma estrutura: ou os dois nominais ou os dois verbais:
Ele negou interesse no projeto e a relação do telefonema do deputado com as propostas nele apresentadas.
Ou:
Ele negou que tivesse interesse no projeto e que o telefonema do deputado tivesse relação com as propostas nele apresentadas.
Cuidado com o e que. Só se pode empregá-lo quando houver o primeiro quê, claro ou subentendido. Na falta dele, o paralelismo chora de dor:
As pesquisas revelam grande número de indecisos e que pode haver segundo turno no Distrito Federal (corrigindo: as pesquisas revelam grande número de indecisos e a possibilidade de segundo turno no Distrito Federal).
Os trabalhadores precisam assegurar o poder de compra dos salários e que seja mantida a garantia de emprego (corrigindo: os trabalhadores precisam garantir o poder de compra dos salários e manter a garantia do emprego).
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