A língua aprende a lição do corpo. No corpo, tudo o que existe aos pares tem harmonia. Temos duas orelhas, dois olhos, duas narinas, dois braços e duas pernas. Uma orelha é igual à outra, um olho igual ao outro, uma perna igual à outra. Eles são iguais porque têm funções iguais. A dos olhos é enxergar; a dos ouvidos, ouvir; a das narinas, cheirar, a das pernas, andar; a dos braços, abraçar.
Na língua vigora a mesma ordem. Os termos e orações com funções iguais devem ter estruturas iguais. O que acontece quando as embaralhamos? O mesmo que com o corpo. Imagine um rosto com um olho grande e outro pequeno. Ou uma pessoa com a perna de um lado e o braço de outro. Ou um tronco com um peito no lugar dele e o outro no lugar do umbigo. A harmonia se vai.
Paralelismo é isto: lé com lé, cré com cré. Termos e orações com funções iguais devem ter estruturas iguais. É o caso das enumerações. Se um item se inicia com verbo, os demais não têm saída. Vão atrás. Se por nome, idem. Veja:
São funções do Banco Central:
São funções do Banco Central:
Misturar estruturas? Valha-nos, Deus! É cruzar girafa com elefante. O resultado é este mostrengo:
São funções do Banco Central:
Xô!
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