Aécio
O candidato do PSDB falou e falou. Na cachoeira de palavras, pisou seres inocentes, que nada têm a ver com a corrida eleitoral. Uma das vítimas: o onde. A outra: a locução haja vista.
1. Nós atendemos 120 mil jovens aonde queríamos atender.
Onde ou aonde? Quase sempre onde. O aonde só tem vez se preencher duas condições: acompanhar verbos de movimento que pedem a preposição a. É o caso de ir — a gente vai a algum lugar: Aonde você vai? Gostaria de saber aonde você vai. Pra quem não sabe aonde vai qualquer lugar serve.
Sem curvar-se aos dois pré-requisitos, o aonde não tem vez. Só o onde. Glorioso, o dissílabo pede passagem: Onde você mora? Você sabe onde ele está? Nós atendemos 120 mil jovens onde queríamos atender.
2. Uma mente. A outra desmente. Haja visto as mudanças no programa de governo.
Haja visto? É tempo composto do verbo haver (talvez eu haja visto, ele haja visto, nós hajamos visto, eles hajam visto). Não é o caso. O contexto pede a locução haja vista, que significa veja-se: Uma mente. A outra desmente. Haja vista (vejam-se) as mudanças no programa de governo.
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