Me engana, que eu gosto
Dad Squarisi
Ufa! Mais do mesmo? É chavão. A palavra tem sinônimos. Um é lugar-comum. Outro, clichê. Alguns dizem ladainha. Também vale estribilho. Às vezes falatório. Ou bordão. FHC ressuscitou o nhem-nhem-nhem. O povo lhe dá outro nome
— discurso de político.
Na origem, chavão é chave grande ou molde de metal. Serve pra imprimir adornos em bolos ou marcar gado. Tem a ver com repetição. Em sentido amplo, é o que se faz, se diz ou se escreve por costume — como tirado de um molde. Eta chatura!
Quer lugar mais comum que sorriso de candidato? O discurso, então, nem se fala. Tem três marcas. Uma: recorre a palavras mágicas. Bate na tecla da educação, da saúde, da segurança. Outra: destaca uma só preocupação — o povo. A última: revela supercriaturas. Todas são capazes de resolver todos os problemas. Como? Com boas intenções e o voto dos créditos.
Nada muda? Uma ou outra surpresa têm vez. Na tarde de ontem, depois que a presidente mostrou a segurança, a educação e a saúde que fazem inveja ao mágico de OZ, Aécio ironizou: “O sonho do brasileiro é morar no programa do PT”. Marina rebateu: “É hora de acabar com a polarização PT-PSDB. Queremos sangue novo, garra nova”. Quem? Ela, claro.
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