Língua de gente para gente
Dad Squarisi
“Que língua é essa?” A questão procede. Jovens e adultos de Europa, França e Ceilândia sentam-se diante da telinha. Indecisos, sem saber a quem dar o voto, esperam luzes do programa eleitoral. Quem aparece? Ela, Dilma.
A presidente fala em “propostas que criam política de Estado”, diz que as medidas “não significam justiça sumária. O contraditório deve estar presente”, cita “certas iniciativas que tramitam no Congresso”.
Olha quem vem lá. É Salve Jorge. O homem jura que “a melhor saída é precificar o carbono”. E segue, impávido colosso. Marina? Séria, promete “reduzir os preços administrativos”.
Aécio, sorridente, se dispõe a “ampla discussão alternativa ao fator previdenciário”. Fala em “força capaz de transformar indignação em mudança”. Promete “experiência de 30 anos de vida pública honrada”.
A turma suspira. Sente saudade dos políticos de tempos idos e vividos. Cadê Lacerda, Getúlio, Brizola, Tancredo? Eles não se dirigiam a câmeras, mas a pessoas de carne e osso.
De olho em Marias, Paulos, Josés e Chicos, davam recados que todos queriam ouvir: “Ninguém pode morar debaixo da ponte. Ninguém pode viver sem emprego. A barriga não espera”.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
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As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as outras. A questão ficou tão banalizada que…
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