“A unanimidade é burra”, dizia Nelson Rodrigues. Por que lembrar as palavras do teatrólogo e jornalista que fez história no Brasil? Por causa do café. Na semana passada, comemoramos o Dia Nacional do Café. Os amantes do pretinho gostoso chamaram a bebida de paixão nacional. “Ops!”, exclamaram vozes aqui e ali. “A paixão nacional”, disseram elas, “é o futebol. Não é por acaso que o país é definido como a pátria de chuteiras.”
Enquanto as partes se digladiam, vale trazer ao debate pormenor pra lá de importante. Trata-se da grafia do café espresso. É assim mesmo — com s. O trissílabo vem do italiano. Na língua de Dante e Maquiavel, espresso não tem nada a ver com rapidez. Mas com tempo e exclusividade. Significa feito na hora só pra você. Por isso, o espresso é tirado um a um e servido fumegante. Hummmmmmmmmmmmmmm! Que bom! Senhor expresso
Expresso existe? Claro que sim. Mas não tem parentesco nem distante com o espresso. Com x, a trissílaba é latina. Ela joga em três times. Um: o da rapidez. Daí encomenda expressa, carta expressa, trem expresso. Dois: o do mandão, que não admite réplica. É o caso de ordem expressa ou vontade expressa. O último: o do explícito, indiscutível. Vale o aviso que aparece em lugares públicos. “É expressamente proibido falar com o motorista”, lê-se nos ônibus. “É expressamente proibido jogar lixo neste terreno”, alerta a placa.
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