Na língua existem casais. Muito unidos, são casamentos sem divórcio. Aonde um vai, o outro vai atrás. Os casaizinhos são as palavras ou expressões que andam aos pares. Usado um dos termos, o outro torna-se obrigatório. Separá-los? Nem pensar. Deus castiga.
As conjunções alternativas, velhas conhecidas nossas, constituem exemplo de parzinho. O nome diz tudo. Alternativa tem relação com dois. As conjunções alternativas ligam dois termos ou orações. Dão um recado: ao cumprir-se um fato, o outro está fora. Não terá vez. Por quê? Eles são incompatíveis ou alternadas (ora um, ora outro).
Lembra-se delas? As principais são estas:
ou…ou, ora…ora, quer…quer, seja…seja, já…já.
Eis exemplos:
Quero (ou) isto ou aquilo.
Ele me parece ora bonito, ora feio.
Seja rico, seja pobre, a lei o atingirá.
O humor dele varia. Já está eufórico, já deprimido.
Alguns distraídos costumam trocar os pares. Misturam alhos com bugalhos. Casam parte de um casal com parte de outro. Aí, Deus os acuda. Formam aleijões. Cometem o pecado chamado cruzamento. A maior vítima é o ou. Ao menor descuido, lá está ele amasiado com outra que não é seu par natural (seja frio ou calor, quer chova ou faça sol). Nada feito. A regra é lé com lé, cré com cré:
Seja frio, seja calor, precisa andar agasalhado.
Quer chova, quer faça sol, ela terá que visitar os pais.
Moral da história: o que Deus junta o homem não pode separar.
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