A religião fala em morte vicária. A língua, em termo vicário. Ambos têm dois pontos comuns. Um: a substituição. A morte de Cristo substituiu a dos homens. O termo vicário toma o lugar de outro citado. O segundo: o objetivo nobre. O sacrifício de Jesus salvou os homens. O termo vicário salva a frase. Evita a repetição e, assim, manda a monotonia bater à porta de outra freguesia. É o caso do pronome pessoal da 3ª pessoa. Ele e ela ocupam o lugar de um nome referido. Compare:
Dilma Rousseff e José Serra estão em plena campanha. Eles (= Dilma e Serra) disputam a Presidência da República.
Muitos adoram chocolate. Vale o exemplo de Maria. Ela (= Maria) come uma barrinha todos os dias.
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Verbos também se prestam à função. O campeão da turma é fazer. Num piscar de olhos, lá está ele no lugar de outro:
Meirelles prometeu dar a resposta em 24 horas. Não o fez. Deputados depuseram na CPI. Fizeram-no sem constrangimentos.
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Vale a frase jocosa atribuída a Jânio Quadros:
— Por que o senhor renunciou?, perguntaram os repórteres. — Fi-lo (renunciei) porque qui-lo (quis renunciar), respondeu o homem da vassourinha.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
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