O ministro da Educação escreveu: “Com a redução de bolsistas de mestrado e doutorado, há paralização de pesquisas e risco de evasão de pesquisadores para atuação no exterior”. No parágrafo seguinte, escreveu de novo: “O referencial monetário apresentado ao MEC impossibilita a destinação de menos da metade do orçamento que as universidades e institutos possuem atualmente. Com isso, haverá a paralização de cursos, campi e possivelmente instituições inteiras”. Satisfeito, assinou embaixo.
Sua Excelência se esqueceu de que, na língua, a família fala alto. O clã explica, por exemplo, a presença do s em analisar e do z em civilizar. Analisar é derivado de análise. Ora, se análise tem s no radical, nada mais justo que ele se mantenha no verbo. É o caso de bis (bisar), catálise (catalisar), pesquisa (pesquisar), liso (alisar), improviso (improvisar). E, claro, paralisia (paralisar). Reparou? O is faz parte da palavra primitiva. O verbo se formou com o acréscimo do -ar.
A família das ilustres criaturas rezam pela mesma cartilha: análise, analisar, analisado, analisador; paralisia, paralisar, paralisante, paralisado, paralisação; pesquisa, pesquisar, pesquisador, pesquisado; catálise, catalisador, catalisante, catalisado; improviso, improvisar, improvisação, improvisado, improvisador.
E por aí vai.
Como explicar a presença do -izar em amenizar, capitalizar, humanizar e simbolizar etc. e tal? Eles não têm o s onde o -ar possa se agarrar. Precisam de uma ponte. Construíram o iz, que se mantém nos derivados: ameno (amenizar, amenização), capital (capitalizar, capitalização, capitalizado), humano (humanizar, humanização, desumanizado), canal (canalizar, canalizado, canalizante).
Alguns têm o z no radical. Nada mais justo que respeitar a família. É o caso de cicatriz (cicatrizar, cicatrização), deslize (deslizar), juízo (ajuizar, ajuizado), cicatriz (cicatrizar, cicatrização), raiz (enraizar, enraizado).
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