Mensagem
DAD SQUARISI // dadsquarisi.df@dabr.com.br
Dilma Rousseff e José Serra querem sentar-se no trono presidencial. Pra chegar lá, voam Brasil afora, frequentam palanques, fazem comícios. Falam, falam, falam. De preferência, aos gritos, com gestos amplos. Mas o desperdício verbal não significa compromisso. Eles se negam a conjugar o verbo assumir. Apresentaram programa de governo pra inglês ver. Não aparecem nos debates. Esperam que votemos neles no escuro. Por quê?
O Tribunal Superior Eleitoral divulgou o perfil do eleitor brasileiro. Dos 135,8 milhões de cidadãos aptos a votar, mais da metade (53,5%) não completou o ensino fundamental. A escala vai de analfabetos, passa por semialfabetizados, chega a analfabetos funcionais. Nos 46,5% restantes, englobam-se os que, pelo menos, ultrapassaram a primeira barreira da escola. Não significa, porém, que tenham senso crítico ou capacidade para avaliar nuanças de plataforma séria de governo.
Os candidatos apostam nesse público. Recorrem à falação, velha receita de velhos tempos. Dias Gomes a encarnou em Odorico Paraguaçu. O discurso pretensioso e oco do prefeito corrupto ironiza nossa verbolatria. Adoramos gente que fala bonito. O orador desenvolto abre portas, dirime controvérsias, conquista adeptos. O encantamento vem do falar, não do dizer. “O brasileiro”, diagnosticou Nelson Rodrigues, “desconfia do que entende.” Terá razão?
Vale lembrar. O Bem-Amado nasceu em 1962. Bombou em 1985 na novela protagonizada por Paulo Gracindo. De lá pra cá, um quarto de século se passou. Muita água correu sob a ponte. A internet vem desbancando a TV entre o público jovem. Os microblogs democratizaram as discussões. O acesso à escola, mesmo com a baixa qualidade do ensino, mudou a cabeça das pessoas. Talvez por isso o Odorico Paraguaçu de 2010 não diverte nem convence. Soa velho e falso. Falso como a nova cara da Dilma. Falso como o sorriso retocado do Serra.
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