O suor do rosto

Lá pelo século 18, a coisa era braba. Os operários trabalhavam até 20 horas por dia. Nem se falava em repouso aos domingos. Muito menos em semana inglesa. Com o tempo, houve melhoras aqui e ali. Mas a carga continuava pesada. A exploração não tinha fim.


A toda ação corresponde uma reação. A resposta tardou, mas chegou. Em 1º de maio de 1886, 110 mil operários de Chicago disseram basta e cruzaram os braços. Protestavam contra a jornada de trabalho de 12 horas e o salário deste tamanhinho, ó.

Em três dias, a greve cresceu. A polícia entrou na jogada. Reprimiu o movimento com violência. No quarto dia, novas manifestações. Dessa vez, contra a ação policial. Houve grande comício. A PM de lá não deixou por menos. Atirou contra a multidão.

A represália veio a galope. Bombas explodiram contra os fardados. Muitos trabalhadores pararam no xilindró. Quatro acabaram na forca.


Em 1º de maio de 1890, as conquistas vieram. Fixou-se a jornada de trabalho em oito horas diárias. Em conseqüência, a Segunda Internacional Socialista, da França, tomou uma decisão. O 1º de maio seria dedicado aos trabalhadores e às suas lutas. A comemoração ocorre em todo o mundo, menos nos Estados Unidos. Lá, a festona cai na primeira segunda-feira de setembro.




Bem-vindo, sal


Você sabia? Salário nasceu do latim salarium. A palavra é filhote de sal. Antes da invenção da moeda, pagavam-se os trabalhadores com sal. O cloreto de sódio valia ouro. Por quê? Era o jeito de conservar os alimentos naqueles tempos sem geladeira.


O sal formou uma senhora prole. A família tem uma marca. É toda salgadinha. Salsa serve de exemplo. Quer dizer erva salgada. Salpicado, salada, saleiro, salmoura também pertencem ao clã.



A diferença


Salário mínimo ou salário-mínimo? Depende. O dinheirão que o trabalhador recebe no fim do mês escreve-se sem hífen. O trabalhador que ganha salário mínimo grafa-se com hífen. Em outras palavras: a grana não tem tracinho. A pessoa, sim: Ganho um salário mínimo por mês. O salário-mínimo mora no morro e trabalha na cidade.




Ter propriedade vocabular é…


Distinguir o significado de salário, vencimento, provento, pensão, subsídio, verba de representação, remuneração etc. e tal. Vamos a eles:


Salário – retribuição paga ao trabalhador pelo serviço prestado na iniciativa privada.


Vencimento – salário do servidor público.


Provento – remuneração dos aposentados.


Pensão – dinheirinho do beneficiário da previdência, pública ou privada. A viúva recebe pensão do marido. O viúvo, da mulher.


Subsídio – valor pago pelo exercício de funções temporárias ou ocasionais. Deputados e senadores recebem subsídio.


Verba de representação – dinheiro adiantado ao trabalhador para os gastos relacionados com os interesses da empresa ou da administração pública. Valem restaurantes, festas, viagens. Presidente da República, embaixadores, executivos de empresas gozam do privilégio de gastar sem pôr a mão no próprio bolso.


Remuneração – total das parcelas que compõem o salário ou o vencimento. Engloba gratificação, verba de representação, horas extras e tantos outros penduricalhos.



Cadê os outros?


Há mais? Claro que sim. Os militares recebem soldo. Os profissionais liberais, honorários. Os artistas, cachê. Acadêmicos e congressistas, jetom.



Palavras de Kalil Gibran


“Quando encontrar seu amigo à beira da estrada ou no mercado, deixe que o espírito lhe mova os lábios e dirija a língua.”