Ufa! Chegamos ao fim da linha. No percurso, o blogue desvendou tim-tim por tim-tim os mistérios da crase. Mostrou que a escola comete senhora injustiça com a preposição ao responsabilizá-la pelos tropeços sem fim. No duro, no duro, o algoz do grampinho é o artigo. Ele se esconde manhosamente. Como quem não quer nada, causa estragos. Rouba a clareza. Desclassifica concurseiros. Mata amores. Agora, o reinado dele bate ponto final. Adeus!
Crase 6
Distância
Ensino a distância? Ensino à distância? Trata-se de locução adverbial. Formada de palavra feminina, deveria ganhar grampinho. Mas, com ela, o buraco é mais embaixo. Os autores se dividem. Alguns, sob o efeito manada, põem o acento. Outros, gatos escaldados, param e pensam.
É que distância ora pede artigo, ora não pede. Duvida? Preste atenção à traseira de ônibus e caminhões. Ela exibe o seguinte aviso: “Mantenha distância”. Viu? Aí, a trissílaba aparece sem artigo. Na frase “A distância que separa Beirute de Damasco é de 80km”, o pequenino se exibe com desenvoltura.
E daí? Eis o xis da questão. Se a distância for determinada, pede o artigo. Aí, haverá o encontro de dois aa. Se não, nada de artigo. Sem ele, adeus, crase. Compare:
Vigie-a a distância. Vigie-a à distância de 100m. Vi o ator a distância. Vi o ator à distância de uns 50m. * Sem crase: O ensino a distância ganha adeptos. Com a internet, profissionais não precisam ir ao escritório. Podem fazer o trabalho a distância. Não gosto de aula presencial. Prefiro aulas a distância.
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