Dicas de português em até 140 caracteres? Claro que sim. Cheia de possibilidades, a língua se adapta aos caprichos do freguês. É mais ou menos como a água. No copo, na garrafa ou na panela, o líquido toma a forma do recipiente. Jogado no chão, espalha-se sem resistência. Ingerido, chega ao estômago com a desenvoltura de quem anda pra frente. Qualquer um pode lançar mão dos recursos de tão generosa criatura. Basta conhecê-los. Ela se submete com orgulho — feliz de estar na boca, na caneta e no teclado do povo que quer dar recados simples, claros e sedutores. Bem-vinda, gente antenada.
Rapidinhas
Marcha a ré é sem-sem: sem hífen e sem crase. * Sabia? Dignatário não existe. A forma é dignitário (pessoa que exerce cargo importante). * O roedor esperto? É o camundongo. Com u. Camondongo não veio ao mundo. Ainda bem! * Beneficência e beneficente se escrevem assim — sem tirar nem pôr. * Afora tem essa cara — tudo coladinho: casa afora, Brasil afora, mundo afora. * Sem bobeira, moçada. Extender com x não existe. Só existe estender com s. Logo, a garantia é estendida. * Aficionado tem alergia a qualquer dose dupla. O c reina solitário. * A fruta pretinha 100% nacional? É a jabuticaba. Jaboticaba? Valha-nos, Deus! Dá indigestão. * Você joga um baralhinho? A carta pra lá de cobiçada se chama curinga. Coringa não está com nada. Rouba a sorte. Xô! * O lugar onde se bebem umas e outras? É o boteco, preferência dos mineiros. (Não vale buteco.)
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