“Quando verem os documentos, verão que o castelo não é meu. É do meu filho”, disse Edmar Moreira. O deputado tem um castelo, mas não paga os direitos trabalhistas dos empregados. Pior: não conjuga o verbo ver como manda o figurino. Ele se esquece de uma lição tão antiga quanto o rascunho da Bíblia. Os verbos não são clones. Têm família que exige consideração.
O futuro do subjuntivo nasce do pretérito perfeito do indicativo. Mais precisamente: da 3ªpessoa do plural. Com um detalhe: sem o -am final:
pretérito perfeito: vi, viu, vimos vir(am)
futuro do subjuntivo: quando eu vir, ele vir, nós virmos, eles virem
Entendeu o macete familiar? Com ele, você só dará passagem a frases como estas: Se eu vir Maria, entrego a encomenda. Daremos o recado a Paulo se o virmos a tempo. Sempre que o virmos, conversaremos com ele.
Sua Excelência teria merecido nota 10 se tivesse dito: “Quando virem os documentos, verão que o castelo não é meu. É do meu filho”. Mas não disse. Resultado: perdeu a Corregedoria. Perdeu a Vice-Presidência da Câmara. Será que perderá mandato? O risco é grande.
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