Ontem foi dia de prova do Enem. Quatro milhões de estudantes disseram presente. As questões de interpretação de texto assustam a moçada. Sem razão. Elas têm um objetivo — saber se o aluno entende o que lê. Só.
Convenhamos, não é nada de mais. Há pelo menos 12 anos você passa por testes semelhantes. Lembra-se das montanhas de apostilas, número sem fim de provas, horas de consulta na biblioteca? É tudo teste de leitura. Você gastou seus ricos olhinhos debruçado sobre eles.
Grande ou pequeno, completo ou parcial, informativo ou literário, o texto transmite um recado. Sua tarefa: entender a mensagem. As questões variam. Podem cobrar vocabulário ou compreensão. Uma e outra têm um ponto comum: a resposta está no texto. Como chegar a ela? Só há um caminho — ler, ler, ler. Ler até entender.
As questões de vocabulário cobram o significado das palavras. Quer ver?
“A noite vinha carregada de nuvens, precedida do vento frio do crepúsculo.” Jorge Amado diz que:
a. a noite chegou antes do vento
b. a noite e o vento chegaram ao mesmo tempo
c. a noite chegou depois do vento
d. o vento trazia as nuvens
Para responder à questão, você precisa saber o significado da palavra “precedida”. Ela pertence à família do verbo preceder, que quer
dizer anteceder, chegar antes. O que o texto diz? Que o vento precedeu a noite. Opção c.
Outras questões vão além do vocabulário. Testam a compreensão da leitura, a relação de uma palavra com outra ou de uma frase com outra. Veja:
“E como o recém-nascido começasse a chorar, o terceiro visitante fez
vibrarem as cordas do seu violão.” Ledo Ivo diz por que o terceiro visitante tocou violão. Por quê?
a. o recém-nascido chorou
b. o pai do menino não tocava violão
c. ficou com pena do menino
d. a mãe do menino pediu
Marcou a opção a? Acertou. Para chegar a ela, você precisou entender a primeira oração. O “como”, ali, indica causa.
Reparou? As duas questões não são nenhum bicho-de-sete-cabeças. No Enem, vestibular ou concurso, ocorre o mesmo. Você só precisa ler, ler, ler. Até entender.
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