OS VELHOS DA PORTA DA COLOMBO Segundo a deliciosa marchinha de Carnaval, “eram um assombro sassaricando”. Na chamada belle époque carioca, início do século 20, formavam um grupo de intelectuais entrados em anos do qual faziam parte o poeta Olavo Bilac, os espirituosos jornalistas Paula Ney, Emílio de Menezes e outros do mesmo time. Ficavam paquerando as elegantes que por ali passavam e deles recebiam distintos galanteios. A Confeitaria Colombo tem belo berço. Inaugurada em setembro de 1894 pelos imigrantes portugueses Manoel José Lebrão e Joaquim Borges de Meirelles, logo se tornou referência para a sociedade do Rio de Janeiro. De estilo art nouveau, que permanece, é autêntico ícone da Cidade Maravilhosa com seu ambiente sempre sedutor. Seus 8 espelhos belgas de 4 metros de altura por 3,40 de largura prolongam o espaço ao infinito. As luminárias são de bronze, as mesas têm os pés de ferro retorcido e tampos de mármore italiano. As cadeiras são em estilo Luís XV, o piso é composto de ladrilhos com motivos árabes e o acesso ao salão de chá, no mezanino, se faz por elevador de porta pantográfica, inaugurado com pompa em 1922, ano do centenário da Independência. Em seus primeiros tempos, a Colombo funcionava em regime de internato: os funcionários dormiam no prédio, tinham folga uma vez por mês e só podiam casar com autorização do patrão. Dentre suas gostosas iguarias, ninguém esquece dos sanduíches de queijo e de presunto, fininhos, leves e úmidos. Mas também inesquecíveis eram as valsas executadas por um pequeno conjunto de violinos, o que lembrava, sem favor, sofisticação parisiense. Mantido o lema criado pelo fundador da Casa, Manoel Lebrão, “o freguês tem sempre razão”, a confeitaria foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio de Janeiro, símbolo de uma época tão saudosa e querida ainda hoje lembrada – por quem sabe, quem viveu e não esqueceu. . . PAPO DE ANJO – Entre os séculos 18 e 19, Portugal era o principal produtor de ovos na Europa. A clara era usada como purificadora na fabricação de vinho branco mas também, e principalmente, para engomar roupa. Sobravam então as gemas. Com essa grande quantidade delas e a fartura do açúcar que chegava das colônias portuguesas, iniciaram-se experiências culinárias pelas cozinheiras dos conventos, aliás, com ótimo resultado. Vem daí o advento de doces portugueses inspirados na fé católica como o pão de ló, o toucinho do céu e o papo de anjo, este último o preferido pelo diplomata, compositor e sobretudo poeta Vinícius de Morais, uma das melhores figuras da inteligência e da sensibilidade deste Pindorama, – verdadeiro papo de anjo. . . SAVASSI – Em 1939 era inaugurada em Belo Horizonte uma padaria que acabou batizando a praça em frente, o bairro e um estilo de vida. Foi com o sobrenome dos Savassi, dado à padaria pertencente à família dos imigrantes italianos que o lugar ficou famoso. Pudera: era tida como a mais luxuosa e moderna do Brasil no gênero com balcões de cristal, luz indireta nas vitrines, mesas de metal cromado e mármore, além de cadeiras de sucupira. Logo se tornou ponto de encontro de gente importante da época, como Milton Campos, Tancredo Neves, Afonso Arinos, Bias Fortes e outros menos votados. Aos poucos, à padaria vieram juntar-se outros estabelecimentos como os bares do Espanhol e do Português, o armazém Colombo, o açougue Vila Rica e a pensão Magnífica. Com o tempo, a praça passou a ser designada pelo nome da padaria – praça da Savassi. A região hoje acolhe quase 12 mil moradores. Continua boêmia com muitos bares, cafés, restaurantes e boates, mas é também arborizada e residencial, com um charme que lhe é exclusivo. Fernando Sabino deve ter marcado muito encontro por lá…
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