Catar cavaco no asfalto Márcio Cotrim
Quando se corta lenha, as farpas ou lascas produzidas pelo desbaste da madeira, que se espalham, são chamadas de cavaco. Para catá-las, a pessoa se encurva, daí por que a expressão catar cavaco sucede a um tropeço que pode levar o sujeito ao chão, geralmente ao som de impropérios cabeludos. A expressão leva em conta a posição arqueada do corpo, semelhante à de quem esteja catando fragmentos de madeira pelo chão de casa ou no asfalto da rua.
Cavaco também designa o berço do querido instrumento musical chamado cavaquinho, pequeno pedaço de madeira que produz bela sonoridade quando tocado por mãos experientes e sensíveis. Um dos exemplos mais conhecidos e aplaudidos do bom uso do cavaquinho é uma exibição de chorinho, ritmo que tem consagrado verdadeiros virtuoses, sobretudo entre nós.
Em Brasília, o Clube do Choro, presidido por Henrique Lima Filho, o Reco do Bandolim— instrumento parente próximo do cavaquinho —, tem deslumbrado imensas plateias, alcançando cada vez mais prestígio nacional e internacional. Graças ele, a capital da República tem caído no choro – felizmente nada a ver com a epidêmica e impune corrupção que grassa por nossas bandas.
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