“Tudo o que somos é resultado do que pensamos.”
Buda
A terra estremece sempre. Dizem que ocorrem 500 mil tremores no planeta. Mas só 100 mil são percebidos sem o auxílio de sismógrafos. O da fronteira de Turquia e Síria foi um. Furioso, o balançar destruiu cidades, desabrigou populações e matou milhares de pessoas.
Terremoto tem duas partes. Uma: terra. A outra: moto. As quatro letras querem dizer movimento. A palavra completa? Movimento da Terra. O vaivém tem uma razão: enormes placas rochosas se assentam sob a superfície do planeta. Mexem-se na busca de acomodação. Às vezes abusam. Japão, México, Chile, Equador, Haiti, Rússia, China conhecem a tragédia. Valha-nos, Deus!
Lula fez as malas e foi dar uma voltinha nos States. Pintou, então, uma questão. Em frases em que a potência do norte figura como sujeito, o verbo vai para o singular ou plural? Os Estados Unidos se interessam pela temática ambiental? Os Estados Unidos se interessa pela temática ambiental?
Nomes próprios no plural constituem verdadeira armadilha. Acompanhados de artigo, concordam com ele. Sem o pequenino, ficam no singular: Os Estados Unidos se interessam pela temática ambiental. O Palmeiras vencerá o campeonato? A Americanas luta para firmar acordo com credores. Minas Gerais fica na Região Sudeste.
Invejosas
As siglas vão atrás. Às vezes, o artigo brinca de esconde-esconde. Não aparece. Mas conta como se estivesse escrito com todas as letras: (Os) EUA derrubaram o balão espião chinês. MG fica no Sudeste.
Lula comprou briga com o Banco Central. Quer porque quer baixar os juros. Enquanto critica o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, pinta a questão: juro ou juros? Tanto faz. No singular ou plural, o significado se mantém. A concordância acompanha o número: O juro está alto. Os juros estão altos.
De olho na preservação do meio ambiente, Ubatuba resolveu agir. Motos, carros e ônibus vão pagar para entrar na cidade paulista. A CNN noticiou. Escreveu na telinha que os veículos devem desembolsar “entre R$ 3,50 a R$ 92” pela entrada.
Bobeou. Esqueceu-se de que a língua copia a vida. Lá e cá existem os casais. O que acontece com um acontece com o outro. Um dos parezinhos é entre…e: Os veículos devem desembolsar entre R$ 3,50 e R$ 92. Os espanhóis descansam entre as 13h e as 15h. Entre outubro e dezembro, os brasileiros estarão de olho no Natal.
Outros pares
Trabalho de segunda a sexta. De é preposição pura. A, bom parceiro, também: Estudo de segunda a sexta. Trabalho de domingo a domingo. Viajo de janeiro a junho. Esteve no Brasil de 1988 a 2010.
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As sessões vão das 14h às 19h.
Das é combinação da preposição de + a. Às, contração da preposição a com o artigo a: Saiu das 8h às 22h. Trabalha do meio-dia à meia-noite. O programa vai ao ar de segunda a sexta das 22h às 23h.
A tragédia dos ianomâmis trouxe ao cartaz o estado de Roraima. Mais precisamente: a pronúncia da trissílaba. Alguns dizem Roráima. Outros, Rorãima. E daí? Na língua portuguesa, os ditongos que vêm antes de m e n se nasalisam. É o caso de andaime, faina, polaina.
Por que a confusão? As tribos dominantes no estado dizem Roráima. O povo local foi atrás. Nós não temos nada com isso. Eles ficam com o regionalismo. Nós, com o geral — Rorãima sim, senhores.
Muçarela ou mussarela?
Cleide Aparecida, BH
O queijo gostosinho que acompanha a pizza tem a forma com ç (muçarela) ou com z (mozarela). Com ss dá indigestão.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
Porcentagem joga no time dos partitivos como grupo, parte, a maior parte. Aí, a concordância…
O nome do mês tem origem pra lá de especial. O pai dele é nada…
As línguas adoram bater papo. Umas influenciam as outras. A questão ficou tão banalizada que…
Nome de tribos indígenas não tem pedigree. Escreve-se com inicial minúscula (os tupis, os guaranis,…
Ao se referir a Torres, identificam-no como ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Nada feito.…