No Rio, homens invadem farmácia e fazem clientes reféns. Em Brasília, jovens seqüestram mulher que saía do shopping, prendem-na no porta-malas e obrigam-na a peregrinar por caixas eletrônicos. Na Colômbia, guerrilheiros mantêm centenas de pessoas presas na selva. São reféns do terror.
Nas três notícias, duas palavras dão recados pra lá de importantes. Uma: seqüestro. A trissílaba deixa claro. O trema continua vivinho da silva. Usa-se nos grupos qu e gu seguidos de e ou i. Com uma condição: o u deve ser pronunciado. Compare: quente, freqüente; quilo, tranqüilo; guerra, lingüeta; enguiça, lingüiça.
A outra: refém. Ela traz à tona baita calo da língua. Trata-se das oxítonas e paroxítonas terminadas em em e ens. As oxítonas ganham acento. É o caso de armazém, armazéns. As paroxítonas dispensam-no. Item e itens servem de exemplo.
Reparou? Falamos das paroxítonas cujo singular termina em em. Quando o singular termina em en, a história muda de enredo. O singular ganha acento (hífen, éden). O plural enquadra-se na regra do itens. Terminado em ens, manda o agudão plantar batata no asfalto: hifens, edens
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