A discussão dura anos. Talvez décadas. Sem consenso, dá um passo pra frente e dois pra trás. O Uruguai se cansou do vaivém sem fim. Decidiu regulamentar a produção e a venda da maconha. O projeto passou na Câmara. Terá a mesma sorte no Senado? Cerca de 70% da população é contra. Mas, dizem, Suas Excelências votarão a favor da liberação da ervinha.
Por lá, o debate corre solto. Por aqui também. Mas por motivos diferentes. Nesta alegre Pindorama, a questão é linguística. Por que o verbo legalizar se grafa com z, não com s? A resposta: porque não existe o sufixo -isar. Só existe -izar.
Olho vivíssimo, por favor. O sufixo formador de verbos é -ar martelo, martelar). Às vezes, ele encontra o s no radical, louquinho pra juntar os trapos com parceiro jeitoso. O -ar não se faz de rogado. Cola-se ao oferecido. Assim: análise (analisar), camisa (encamisar), atraso (atrasar), casa (casar), pesquisa (pesquisar).
Legal não tem s no radical. Pra dar origem ao verbo, precisa do -izar. Que venha: legal (legalizar), canal (canalizar), anual (anualizar), catequese (catequizar), banal (banalizar), atual (atualizar), liberal (liberalizar), nacional (nacionalizar), contexto (contextualizar), regular (regularizar).
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