Brasileiros se perguntam: chegamos ao fundo do poço? Depois dos rios de denúncias de corrupção, dos desmandos do governo e dos maus exemplos de parlamentares, eis que Jair Bolsonaro consegue indignar ainda mais a população. Do plenário da Câmara, solta esta frase raivosa: “Não estupro a senhora porque a senhora não merece”.
Ops! A aberração, transmitida ao vivo e em cores, gerou críticas em Europa, França e Bahia. As redes sociais a multiplicaram. Resultado: a Procuradoria da Repúblia denunciou o deputado por incitação ao crime. Se a ação for aceita, o homem vai prestar contas à Justiça. Vira réu.
Sem troca-troca
Enquanto o processo rola, vale prestar atenção aos bandidos e à língua. Falantes costumam trocar uma letrinha do lugar. Em vez de estupro, dizem “estrupo”. Nada feito. Pra acertar sempre, há uma saída — memorizar a palavra. Como? Repeti-la, repeti-la, repeti-la. Dominada, ela mostra o horror da dupla violência. Uma delas: a pronúncia. A outra: o significado da ameaça.
Palavrão
A palavra vem do latim stuprum. De lá, embarcou pra outras terras. Entre elas, o português. A língua de Camões manteve o significado da língua dos Césares. É este: obrigar alguém a fazer sexo sem querer — com violência ou grave ameaça. Valha-nos, Deus!
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