Os inimigos da duplinha não … nenhum apresentam suas razões. Dizem que as duas negativas são redundância. Com agravante: junto, o casal deixa de ser negação. Vira afirmação.
Falsa verdade. O parzinho é filho legítimo da língua nossa de todos os dias. Um dos empregos do nenhum exige a companhia da negativa anterior. Veja: Não há nenhum projeto concluído na área social. Não houve nenhum atentado durante a semana. Não vi filme nenhum. Fez as gravações sem que nenhum entrevistado o tenha visto.
Quem não gosta da estrutura casada tem saídas. Uma delas: trocar o nenhum pelo algum. Aí, se livra das duas negativas: Não existe projeto algum concluído na área social. Não houve atentado algum durante a semana. Não vi filme algum. Fez as gravações sem que entrevistado algum o tenha visto.
Conclusão: a língua é um conjunto de possibilidades. A gente pode nadar de braçadas. Basta uma dose de coragem. E ousadia.
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