“Mais raro que dinheiro na praça.” A comparação mais repetida em tempos bicudos perdeu atualidade diante da imagem de oito malas e sete caixas cheiinhas de notas de R$ 50 e R$ 100. De quebra, dólares apareciam aqui e ali. O montante precisou de oito máquinas e 14 horas para ser contado. Total: R$ 51.030.866,40.
Além da perplexidade e da indignação, a grana farta levantou questões ligadas à língua nossa de todos os dias. Uma delas: o coletivo das cédulas que compram bens e serviços. Sugerimos três: dinheirama, bolada, bolaço. Outra questão: a propriedade vocabular — quantia ou quantidade?
Ao nos referir a dinheiro, falamos em quantia. Ao falar de pessoas e outras coisas, damos passagem a quantidade: quantia de R$ 100; quantidade considerável de pessoas; quantidade de frutas.
A língua é pra lá de sociável. Conversa sem se cansar. E, no vai e…
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