DAD SQUARISI // dadsquarisi@dabr.com.br
Subdesenvolvimento não se improvisa. Cultiva-se. O atraso da educação brasileira se deve a longo processo de semeadura. Os portugueses eram avessos à cultura na colônia. Impressão de livros e circulação de jornais só podiam ser feitos com o aval do andar de cima — Estado e Igreja. Ops! Não falamos do século 16. Falamos do século 19, quando o Brasil era sede da corte lusitana. Nossa primeira universidade data de 1834. Países da América espanhola abriram as portas para o saber nos anos 1.600.
Não é por acaso que nossa primeira faculdade foi de direito. A segunda também. Nossos mandachuvas tinham especial inclinação pela cultura bacharalesca. O conhecimento de números, cálculos e ciências não gozava do mesmo privilégio. As consequências, como diz o conselheiro Acácio, vêm depois. Na era da informática, o país precisa de engenheiros, físicos, químicos. A carência é tal que vivemos o pior dos cenários — importar mão de obra quando um exército de brasileiros precisa trabalhar, mas não tem qualificação pra preencher as vagas.
A reforma do ensino promovida pelos militares na década de 70 democratizou o acesso à escola. Mas manteve o conhecimento restrito à elite. Por quê? A instituição não se preparou para receber a clientela sem lastro cultural. Manteve os currículos preparados para as crianças com famílias estruturadas, convívio com livros e acesso a bens culturais. Os professores não se qualificaram para a nova realidade. Resultado: sem entender a língua dos mestres e sem interesse nos temas apresentados, meninos e meninas tomam um destes rumos — a reprovação ou a evasão. A elite se conservou elite. Migrou para os colégios privados.
Em educação não há saltos. O grosso — escolas, bibliotecas, professores — está feito. Falta refinar o produto. Em bom português: atualizar currículos, tornar as aulas interessantes, qualificar o professor. A escola tem de oferecer condições para pôr fim ao pacto da mediocridade. O professor precisa ensinar. O aluno precisa aprender. Não há mágica. O exame do Pisa faz um alerta. Nós continuamos na rabeira do mundo. Entre os melhores times, jogamos nos piores. Pra mudar de equipe, precisamos estudar mais e melhor. Horário integral se impõe. Não pra depositar crianças e jovens por mais tempo. Mas para ampliar e aprofundar o saber.
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