DAD SQUARISI // dadsquarisi.df@dabr.com.br
Escritores da Casa de Autores se reuniram para a tradicional confraternização de fim de ano. Depois da conversa vadia, um tema tomou conta do grupo — o governo Dilma. O destaque foi o inédito número de mulheres no ministério. Pelo menos nove darão outro perfil à paisagem humana da Esplanada.
A mudança do gênero era questão de tempo. Elas começaram tarde. Há 50 anos, passaram a exigir direitos, invadir a universidade, impor a isonomia, brilhar nos concursos públicos. Mas o teto delas mantém-se mais baixo que o dos homens. Há poucas parlamentares, poucas governadoras, poucas prefeitas, poucas presidentes de empresas, nenhuma número 1 de estatais.
Em 2011 o enredo muda. Muda porque muda a preposição. Diferentemente de mulheres no poder — caso de Ester Figueiredo Ferraz, Zélia Cardoso de Melo, Benedita da Silva, Matilde Ribeiro, Nilcéa Freire — Dilma será a mulher com poder. Com a faixa presidencial, ela tem a caneta e o Diário Oficial na mão. Pode nomear e demitir. Liberar e reter. Sancionar e vetar.
Mas não significa que governará melhor que os antecessores. Nem que conduzirá uma administração mais transparente. Nem que fechará as portas à corrupção. Nem que impedirá tráficos de influência. Nem que tirará o tapete dos mercadores de consciências. Significa que o país amadureceu e se democratizou. Ao dar oportunidades iguais para homens e mulheres, reconheceu que, de fato, todos são iguais perante a lei e a natureza. Lin Yutang sintetizou a ideia no livro Com amor e ironia.
“As mulheres”, escreveu ele em meados do século passado, “são seres humanos exatamente como os homens — iguais na capacidade de julgar e de cometer erros se lhes derdes a mesma experiência do mundo e os mesmos contatos com ele; na capacidade de realizar trabalho eficaz, de conservar a cabeça fresca se lhes derdes o mesmo treino nos negócios; no descortino social se não as trancardes em casa; e, finalmente, na capacidade de governar, pois, se as mulheres governassem o mundo, não poderiam talvez estabelecer maior confusão nele do que o fizeram os homens.”
A ascensão de Dilma Rousseff traz a grife do pioneirismo. Ela tem experiência e familiaridade com a máquina pública. Conhece as urgências nacionais graças aos oito anos à frente da Casa Civil. Tem a faca e o queijo na mão. Fará a diferença? O tempo dirá.
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