Vamos combinar? Todos os anos deveriam ser eleitorais. A razão é simples. Nos dias de campanha, somos pra lá de bem tratados. Viramos amigos, companheiros, colegas, parceiros, patriotas, etc. e tal. Não só. Elogios pipocam a torto e a direito. O mais recente partiu de Dilma Rousseff. “Não somos vira-casacas”, disse Sua Excelência em discurso dirigido a mulheres.
As palavras chamaram a atenção. Ouviram-se cochichos aqui e ali. Num deles, uma ilustre senhora, morta de rir, manifestava curiosidade. Queria saber a origem da expressão “vira-casaca”. Consultada, a coluna responde. A história vem de séculos atrás. Carlos Manuel III (1701-1771), rei da Sardenha, não descia do muro.
Pra evitar problemas com a França ou a Espanha, vestia as cores de um dos reinos de acordo com as circunstâncias. Ficou 43 anos no poder. De tanto troca-destroca da roupa de cerimônia com duas abas nas costas (casaca), o hábito virou piada e ganhou a boca do povo. Vira a casaca quem defende opiniões, pessoas ou times que antes condenava. Em geral, tem objetivo oculto: tirar vantagem.
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