Carlinhos Cachoeira voltou pra casa depois de meses na cadeia. Leva vida discreta mas pra lá de confotável. De vez em quando, vai a praias badaladas. As fotos aparecem em jornais, revistas, tevês e ganham o mundo na internet. Mas, como diz o outro, não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. O enredo da história mudou.
Andressa, a mulher do bicheiro, apareceu em desfile beneficente no Palácio das Esmeraldas. Virou notícia, claro. Marconi Perilo não gostou da divulgação. Disse que ela havia entrado sem convite. Em bom português: era penetra. Pra quê?
Em carta publicada no Diário da Manhã, Cachoeira ameaçou expor os podres do governador de Goiás. “A caixa que Pandora abriu e permitiu que as desgraças se abatessem sobre os homens será brincadeira de criança diante do que posso perpetrar para defender a honra da minha família.”
Que palavra?
A reação do marido da bela mulher gerou dúvida. Não era questão moral. Era vocabular. Ao tomar conhecimento da desculpa do governador, Cachoeira ficou raivoso, furioso ou irado? No duro, no duro, ele poderia ficar tomado de fúria ou raiva. Ira é muita areia pro caminhão do ilustre senhor. As três letrinhas têm o tamanho do Todo-Poderoso. Ninguém fala em raiva, ódio ou fúria do Senhor. Fala na ira de Deus.
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