A Folha de S.Paulo mexeu num vespeiro. Em editorial, comparou a ditadura brasileira com as latino-americanas que fizeram a festa na segunda metade do século 20. Chamou a nossa de “ditabranda”. Os leitores caíram de pau. Lembraram as perseguições, as mortes, as prisões injustas & demais barbaridades que fazem a ditadura ditadura. A pressão foi tal que o diretor de Redação assumiu que o jornal errou.
Vale a curiosidade: o (d)ura, de ditadura, não é antônimo de branda. É sufixo que aparece em montões de palavras com montões de significados. Entre eles, dá idéia de resultado de ação. Abertura, por exemplo, é resultado de abrir. Abreviatura, de abreviar. Assinatura, de assinar. Ditadura, de ditar. O ditador concentra os poderes do Estado. Manda e desmanda. Faz e acontece. Não há nenhum poder além do dele.
E o ditabranda? O neologismo considerou dura como o adjetivo que frequenta com desenvoltura nosso dia a dia. É o caso de pão duro, couro duro, capa dura, terra dura, vida dura, palavras duras, etc. e tal. Quis brincar. Não deu certo.
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