Luiza Prates Aguiar tem 11 anos. Um dia desses, estava dando umas voltinhas
pela Praça da Liberdade, em Belô. Numa casa próxima, leu a placa: ‘‘Deixe seu cão longe dos jardins e limpe suas fezes’’. Achou esquisita a frase. ‘‘Parece que as fezes são do dono do cão, não parece?’’, pergunta ela.
Parece. A culpa é do possessivo. Suas é bivalente. Pode se referir à 2ªpessoa (você). Ou à 3ª(ele). Por isso, é ambíguo. No caso, as fezes podem ser do cão (ele) ou do dono do cão (você). Como safar-se? Livrando-se do suas:
Deixe seu cão longe dos jardins e limpe as fezes dele.Deixe seu cão longe dos jardins e limpe-lhe as fezes.
É isso. A língua oferece um leque de possibilidades.
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