Pode? Militar aposentado andava com submetralhadora pra cima e pra baixo pelas ruas de Porto Alegre. Circulava armado com a naturalidade de quem respira ou bebe água pra matar a sede. Num descuido do valentão, a polícia o prendeu. E, claro, foi à casa dele pra descobrir o que havia por lá. Ops! O homem tinha armas pra dar, vender e emprestar.
Jornais, rádios, tevês e internet noticiaram o fato. Alguns tropeçaram na língua. Duas vítimas gritaram por socorro. Uma delas: a grafia. A outra: a economia verbal. Uns escreveram sub-metralhadora. O hífen esperneou. Outros, arsenal de armas. Bobearam. Abusaram do espaço e da paciência do leitor. Sabe por quê?
O sub
Sub pede hífen? Não pede? Pra acertar sempre, lembre-se das três regras de ouro no emprego do tracinho depois de prefixos:
1. O h é majestoso. Não se mistura: anti-herói, super-homem, sub-hepático. 2. Letras diferentes se atraem. Com elas é tudo colado: autoescola, microrregião, subsolo. 3. Letras iguais se rejeitam. Fica uma lá e outra cá: micro-ondas, contra-ataque, sub-bloco.
Sem bobeira
Simples assim. Mas o hífen é castigo de Deus. As regras têm exceções. Uma se refere ao prefixo sub. Ele joga no time dos encontros consonantais. Ao se encontrar com o r, ocorre casamento automático. As duas letras passam a se pronunciar juntas. É o caso de a-bra-ço, co-bre e o-bri-ga-ção. Pra separar a duplinha, só há uma saída — convocar o tracinho. Assim: sub-raça, sub-reitor, sub-repasse, sub-região.
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