Está difícil. Polícia e governo da capital do país são dois bicudos. Além de não se beijarem, não se entendem. Um quer engordar o contracheque. O outro diz que está pobre, pobre — de dar dó. Mas, na terra do jeitinho, impasses não têm vez. Não se incrementa o salário, mas se aumenta o puxadinho. O auxílio-farda passa de R$ 501,89 para R$ 4.296. Na negociação, a proposta encontrou uma pedra no caminho. Trata-se de manha linguística. A duplinha se grafa com hífen? Tem plural?
O dicionário registra compostas pra dar e vender. Auxílio-doença, auxílio-enfermidade, auxílio-funeral, auxílio-maternidade, auxílio-natalidade, auxílio-reclusão figuram no Vocabulário ortográfico. Como não é poste, a língua se mexe. Abre espaço para a criação de similares. É o caso de auxílio-moradia, auxílio-paletó e, claro, auxílio-farda. O plural? Só auxílio ganha s. Assim: auxílios-doença, auxílios-paletó, auxílios-maternidade, auxílios-farda.
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