Luças Machado cursa o terceiro ano do ensino médio. De olho no Enem, no vestibular e em concursos, faz o que tem de fazer. Estuda. Estuda muito. Ele sabe que não basta sair-se bem nas provas. Precisa sobressair — ter desempenho melhor que o dos concorrentes. Pra chegar lá, não se satisfaz com os conteúdos apresentados nas salas de aula. Vai além. A consulta que faz serve de exemplo.
Ele escreve: “Meu professor costuma dizer que o infinitivo é a chave do verbo. Mas para aí. Não explica o porquê da importância. Já consultei gramáticas e dicionários. Há explicações aqui e ali. Mas, dispersas, pouco ajudam. Você tem falado no assunto. Que tal juntar as partes para formar um todo? Se for atendido, vou emoldurar a resposta”.
Primeira mãozinha
Lucas, seu professor tem razão. O infinitivo não é pouca coisa. Além de nomear o verbo, dá um montão de informações. Uma delas: diz a conjugação a que o danado pertence. A terminação -ar (amar, cantar, dançar) marca a primeira. A -er (ver, vender, conter), a segunda. A -ir (partir, sentir, dormir), a terceira. Com ela, formam-se paradigmas. Cada turma segue o próprio modelo de flexão. Se fugir a ele, entra no time dos rebeldes — os irregulares.
Partir, por exemplo, é paradigma da 3ª conjugação. Os que se flexionam como ele são regulares. Dividir serve de exempo: parto (divido), parte (divide), partimos (dividimos), partiram (dividiram). Sentir foge à regra. Na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, abre o jogo. O e do infinitivo vira i: sentir, sinto. É irregular.
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