“Mais da metade dos alunos presenciam cenas de discriminação por cor”, escreveu a manchete do Correio Braziliense de hoje. Leitores reagiram. O xis da questão não era a informação, mas a concordância. “O verbo não deveria estar no singular?”, perguntam sem parar.
A dúvida procede. Trata-se de velho freguês da concordância verbal. Sujeito representado
pelas expressões partitivas (a maioria de, a maior parte de, grande parte de,
metade de e equivalentes) acompanhado de nome joga em dois times.O verbo pode concordar com o
partitivo ou com o nome: A maior parte dos refugiados tomou (tomaram) o caminho
de Damasco. Grande parte dos candidatos desistiu (desistiram). Mais da metade dos alunos (presencia) presenciam cenas de discriminação por cor.
Guarde isto: não há escolhas inocentes. Se a preferência recai no singular, dá-se ênfase ao conjunto. Se no plural, às partes.
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